Dia das Mães não é mais o Dia da Casa! Veja como planejar a sua comunicação para valorizar a mulher
As mães passaram a cobrar uma representação menos idealizada da maternidade, a qual mostre as angústias e os medos também
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Autor: Think with Google
O Dia das Mães é uma celebração que realmente toca o coração do brasileiro - não à toa, ela é a segunda que mais traz resultados comerciais no país (a primeira, só para você saber, é o Natal).
Todos os anos, basta o Coelhinho da Páscoa entregar seus ovos que, na sequência, começam a pipocar propagandas sobre o tema para lá e para cá, principalmente, de empresas do varejo.
Este segmento, no entanto, parece estar tendo certa dificuldade em se associar à homenagem de uns tempos para cá: de acordo com uma pesquisa do Google (Google Survey, com 500 respondentes, em fevereiro de 2019), diante da pergunta sobre marcas que vêm à cabeça na data, nenhuma conseguiu chegar a 3% das respostas. Ao que foi constatado, as mulheres se sentem pouco representadas na publicidade da época que, segundo elas, romantizam a maternidade e alimentam o mito da mãe super-heroína.
Para conseguir planejar uma comunicação e criar uma conexão nesse sentido é preciso, antes de mais nada, ir aos fatos, e tentar entender a situação desse público no Brasil:
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As mulheres passaram a ocupar novos espaços que costumavam ser dos homens e, ainda, continuam como as princiais - senão, as únicas - responsáveis na criação dos filhos. Com funções mal divididas e acúmulo de tarefas, elas mesmas acabam por se colocarem no fim das prioridades e se "doando" para cuidar dos outros, mais do que a si mesmas.
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Nessas, e considerando que a maternidade é, em muitos casos, solitária, a internet e o mundo digital viraram as principais redes de apoio daquelas que têm filhos. Cada vez mais conectadas, elas buscam conhecer experiências reais, que legitimem e tragam mais informação as suas enquanto cuidadoras de suas crias também.
As redes virtuais viabilizaram a ampliação da discussão acerca da maternidade real, com vozes que agora são ouvidas, (especialmente, de influenciadoras), cobrando uma representação menos idealizada, a qual mostrasse, além da alegria em se estar nessa posição, ou a força da mulher, as angústias, medos, sofrimentos, preconceitos, julgamentos etc.
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Houve mudanças na abordagem midiática com o passar dos anos, porém, do estereótipo da mãe que é dona de casa, cuida de tudo, perfeita e superfeliz, foi-se para o de super-heroína que, apesar dos pesares, continua conseguindo fazer o impossível e ainda por cima, deve se sacrificar pelos filhos com orgulho.
A humanização desse papel é muito recente, e dá para contar nos dedos quem está adotando-a - ou na liderança dessa direção.
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Para evoluir nesse processo, e retratar mais fielmente o que é ser mãe, é preciso criar diálogos autênticos e atuais, desconstruindo aqueles que levam à falta de identificação e só aumentam os sentimentos de culpa e frustração nos espectadores.
A maternidade contemporânea apresenta outras nuances fora o binômio mãe-filho: entram conversas sobre as relações dentro do núcleo familiar, as responsabilidades de cada um, e formatos distintos de família. Ela traz, inclusive, o entendimento de que antes de tudo, as mães são mulheres com outros interesses e atribuições na sociedade - gerar uma vida é um aspecto importante da identidade, entretando, não é único ou excludente da condição de ser humano de cada uma delas.
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O Dia das Mães não é mais o Dia da Casa, para ser bem conclusivo. 2019 indica que vai ser grande para vendas, tendo em consideração as estatísticas de 2018, quando o acontecimento teve o melhor desempenho em cinco anos.
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Não é mais recomendável apostar em campanhas com presentes "tradicionais" - a venda de celulares tem se mostrado cada vez mais forte, contudo, os desejos maternos e as intenções de compra dos filhos ainda priorizam os itens de uso pessoal.
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Fugir do padrão tem sido a tendência, a fim de acompanhar as transformações década após década. Valorizar as mães como mulheres, cujas necessidades e vontades podem não estar ligadas a tal conjuntura pode, enfim ser um caminho plausível (de tentativa e, quem sabe, acerto!).
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